segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Alegoria




Num tempo em que vil era o encanto
E atroz voava a tirania
De ter no regaço o amargo pranto
Que jorrava pela alma em letargia

Letal era também o sentimento
De saber que o nunca era tardio
Pois que sempre havia leve esperança
De poder colher, nem que ténue
A lembrança
E com ela viver em harmonia

Mas noite como breu era o escuro
De dias que acabavam sem alento
Com eles voltava triste alegoria
De um tempo que foi só noite e sofrimento

10 comentários:

manuela barroso disse...

Vida sem esperança
dias mortos e vazios
na solidão da noite
Linda poesia Armando
Abraço



(O último comentário penso que não seguiu...)

trepadeira disse...

Triste realidade a alegoria.
O povo acorda e levanta-se.

Um abraço,
mário

Daniel C.da Silva disse...

Escreve-se tao bem por aqui, que se prosa nao fosse apenas poesia, ou nao rimasse, o vislumbre poetrico seria ainda melhor na qualidade literaria que sempre aqui há...

abraço grande

rosa-branca disse...

Maravilhoso poema que adorei. Beijos com carinho

Anónimo disse...

Olá Armando,

Hum, Poesia!.
Sabe fazer prosa e muito bem, mas a sua poesia não lhe fica atrás.
Tem características transmontanhas. Tudo com rigor.

Enfim, é uma alegoria, sem alegria, mas isto é o cotidiano de muita gente.

Abraços da Luz.

Lídia Borges disse...


Belíssimo poema!
Triste o (nosso) fado que nele se canta.

Um beijo

BlueShell disse...

Gostei de ler e de conhecer o Blog
Bshell

Anónimo disse...

Olá Armando,

Como está?

A sua poesia é, nitidamente, feita por um transmontano.
As palavras têm peso e dizem, no lugar certo, aquilo que pretendem afirmar.
Então, alegoria?
Estado de alma com sofrimento, que não mereceu, por certo.

A vida é mesmo insólita e, por vezes, inóspita.
Gosto da mão certeira, da sua mão, quando escreve e transmite sentimentos.

O fim de semana está à porta.
Saibamos aproveitá-lo.

Um beijo da Luz.

Anónimo disse...

Eu, de novo!

Eu sabia que já tinha comentado esta poesia, só que quis reforçar a minha ideia, apenas e só isso.

Beijo.

Anónimo disse...

Belo poema, lido desde uma escola estrangeira tem outro sabor.