terça-feira, 13 de novembro de 2012

Progenitor de Letras




Não lembro do que foi o esquecimento
Mas perdura a lembrança da ausência
Sendo forte a presença do que é breve
Pois ténue será eternamente
O veio que move a imensidão
De todo o horizonte que é iníquo

Dele és tu também pertença
Eu não, que para tal não tenho jeito
Serei, quem sabe, eleito e empossado
Na auréola da ninfa enfeitiçante
Que um dia sem querer me fez amante
Das letras que escorrendo não domino
Das quais, sendo seu progenitor,
Me sinto agrilhoado em desatino

7 comentários:

Lídia Borges disse...


Às mãos do poeta nada é tão pouco!
A grandeza não está nas coisas, mas nos olhos de quem as observa.

Lídia

trepadeira disse...

Como um feitiço que nos encanta e enleia.

Abraço,
mário

Evanir disse...

Que lido seu poema!!
Deus abençoe você linda noite.Evanir.

rosa-branca disse...

Maravilhoso poema que adorei. A alma do poeta é um corrupio de sentires. Beijos com carinho

Mario Alves disse...

"agrilhoado em desatino", gosto. O peso, a envolvente, a ânsia do desgrilhoar atinado, da revolta à mordaça,

Anónimo disse...

Olá, Armando!

A poesia que escreve é complexa, densa, enigmática, mas é agradável, muito bela ao ler-se.
Parece paradoxal.

Nunca consigo compreender o que quer dizer com ela, à primeira leitura. Depois de uma segunda, uma terceira, concluo que o poeta se sente preso às letras e àquilo que com elas transmite.
É amante das letras, mas de livre vontade.

Abraço da Luz.














Anónimo disse...

As letras são belas,e o poeta sabe uni-las de uma forma que só ele tem esse dom. A magia está, em não poder entrar logo no verdadeiro sentido que as tece.