"Era um fim de tarde, o momento de lazer mais apreciado por Tiago.
Quando
o tempo lhe dava essa oportunidade, sentava-se na varanda, pegava no
copo de gin tónico e languidamente desfrutava da paisagem sobre
o Tâmega, ao fundo.
Toda a paisagem era de um verde alucinante. O preço a pagar, era a constante humidade durante todo o ano.
Ele dizia de forma também irónica, que a humidade era a sua vida, o seu prazer e a sua subsistência.
Não
gostava do clima seco. Nem de dias secos. Assim, o gin era sempre um
bom companheiro. Às vezes pregava-lhe umas partidas, mas o bom
das ressacas é que sempre têm um fim.
E, o gin era leal, nada que ele conseguisse encontrar nas suas outras companhias.
O
olhar de Tiago, estendia-se longo, distante, opaco e melancólico. Quem o
conhecia, sabia o significado deste olhar vago, do que o provocava,
dos fatores que para ele contribuíam e, faziam de Tiago essa pessoa em
duas vertentes. O
Eu e o Eu sou o que pareço."
Excerto
Armando Sena
1 comentário:
Bela imagem da ponte nova,vivi algum tempo aí próximo,recordo bem.
O gin com limão,às vezes,sempre tive a mania das coisas de cá.
Um abraço,
mário
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