Sem
controlo
os
dias esgotam-se
na
ilusão da intemporalidade
deslizam
entre as rugas da existência
correm
que nem loucos
perdidos
nesse
desfiladeiro enganador
que
é a vivência temporal
Vivemos
o que nos deixam
e
um dia, diz-se,
morreremos
como os demais.
O
que se assemelha a uma sina
é
talvez o mote da existência:
produzir,
criar, amar e viver
pois
certa, certa, só a vida
e
intemporal, a lembrança.
9 comentários:
A lembrança,
a intemporal lembrança,
a deslizar,
"sem controlo,
entre as rugas da existência".
Belíssimo, Armando.
Saudações
Uma sina,lenta e inexorável.
Abraço,
mário
Nesta voragem dos dias e do nosso tempo não sei mesmo o que sobra.
Será que tudo não passa de um sonho ?
O tempo não existe. É uma ficção!
Contá-lo é, por conseguinte, uma perda de tempo.
Beijo meu
O tempo é relativo, o espaço tende a ser ocupado por quem estiver atento e quiser fazer parte. A lembrança, essa permanece no coração, na memória, no gesto e na palavra.
E que bem tu sabes brincar com as palavras!
Meu amigo
Hoje passando para dizer que estou voltando (ainda devagar), mas com muita saudade e agradecendo as palavras de carinho deixadas durante a minha ausência.
Um beijinho com carinho
Sonhadora
As lembranças são também vida, feitas de outra substância. Bonito poema.
Bom domingo. :)
tudo tem a sua finitude até o tempo ( o nosso).
poema coerente e muito belo.
:)
Eis o mistério da vida decifrado,
"é talvez o mote da existência:
produzir, criar, amar e viver", eu acrescentara ainda, e a morte da matéria. É a natureza manifesta, e nós à deriva, da sua vontade.
Entretanto temos os interstícios poéticos, como esse seu!
;))
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