Não sei se um dia fui lembrança
Do tempo um rasto de vivência
Se da Lua roubei a eloquência
A emprestei a algo que esqueci
Dos dias retirei as horas mortas
Pendurei-as no pedestal da paciência
E à noite não consegui ressuscitá-las
Colecionei então apenas horas vivas
Longas, iníquas, infindáveis
Acordei
Não se dorme à eterna luz do dia
Era mais que tempo do resgate
Da lembrança retirei a escada
Perdi o respeito à paciência
Subi os degraus do seu altar
E repus a ordem do destino
É agora tempo de repousar.
5 comentários:
A paciência é uma virtude, mas vejo que atingiu o seu limite!
o poema começa com uma certeza e acaba com uma esperança.
palavras cuidadas melódicas com fiapos de nostalgia.
e se é tempo de repousar, então que o repouso seja retemperado e novas palavras renascerão nos dedos do Poeta.
escreve muito bem!
um bom fim de semana cheio de inspiração
beijo
Talvez só o poeta saiba sentir e perceber os acontecimentos vivenciados entre o intervalo do despertar e a necessidade de repousar. Entretanto, todos somos envolvidos na atmosfera poética que as suas letras constroem.
;))
Também gostava de ressuscitar as horas mortas e vivê-las novamente.
Abraço,
mário
Estive cá, para retribuir as suas visitas frequentes, mas meias "sorrateiras". O Blogger podia ser mais discreto e não fornecer ao outro/a tantos dados.
Como sabe sou alentejana, e não transmontana, e por isso, e para mim, menos vale quebrar que torcer, e ainda por cima, não tenho palavra de rei nem de rainha.
Queria comentar o seu poema, mas parece-me "bué" erudito e complexo, tipo Aquilino ou Torga, que, por acaso, eram também transmontanos.
Se pretender, fará o favor, de mo explicar. Eu sei que é muito sucinto, isto é, numa frase diz tudo, portanto será fácil.
Tenha uma noite feliz e uma boa semana.
E o orgulho coloque-o no lixo mais próximo.
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