No lento remanso
da chuva miudinha
Embalado no calor
do recolhimento
Ao som do crepitar
da lenha seca
Cuja chama alimenta o divagar
Sinto o suave torpor
das horas vagas
Bebo a letargia do
momento
Absorvo, vago e
sonolento
A eternidade
dormente
De nada fazer e
tão-somente
Sentir-me nos
píncaros da preguiça
Despir-me da
opressão das horas cheias
Viver esta efémera
panaceia
Conceber nem que
apenas num momento
Que do cinza
húmido de um dia triste
Se colhe o paraíso
que existe
Haverá um dia
assim?
11 comentários:
Temos dias assim em que apenas nos apetece estar dentro de nós.
Como sempre adorei ler-te.
Um beijinho
Sonhadora
Eu sempre estou em busca de um pouco de silencio para aquietar minha mente que trabalha sem parar.
Beijinhos
Nós também vamos sendo embalados, envolvidos, nas sensações que saltam do poema: o barulhinho da chuva; o crepitar da madeira na lareira; a sonolência que o instante causa, e como a poesia transforma um dia gris em uma bela paisagem, uma passagem rumo ao paraíso.
;))
Tem que haver senão a gente inventa. Maravilhoso. Beijos com carinho
sim há dias assim...e ficou bem expresso neste poema.
uma boa semana.
beijos
:)
Poeticamente este dia foi
inscrito da forma mais bela
e sentida pelo olhar do
poeta.Todo poeta tem um
sentir que transcende
sobre a vida...
Sempre bela a tua
poesia,Armando!
Há pois, Armando! Se há! E fê-lo de uma forma tão maravilhosa que pensei que só eu sentiria o prazer desse pasmar, de fazer nada, fazendo tanto: desligar! Pois...nem sempre é fácil travar a bola da imaginação...
Lindo, lindo!
Grande abraço
Claro que há e este Inverno tem sido profícuo nestes dias cinzentos... e tu, pelos vistos, consegues transformá-los em arco-íris com a tua poesia!
Senti-me nesse recolhimento ao ler o poema.
L
Espero que hajam muitos dias assim: onde se recolhem paraísos.
Beijo
Há certamente... como a suavidade deste poema "preguiçoso" num belo descansar...
Forte abraço
Sinto esse dia, ali, a dormitar.
Abraço,
mário
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