A
nostalgia dos meses anteriores, a triste alegria, porque efémera, de quem
antevê um futuro implacável, um prenúncio de cessação de direitos, um confronto
com o real, indecifrável e invencível mundo que o esperava. Tudo isto criava em
si um efeito anestésico das amarguras atuais. A raiva bloqueava os sentidos,
limitava a dor e a revolta.
Do vento,
uivando lá fora, que o frio trazia, nada esperava. No meio das mãos em concha, a
ilusão, no som do sorriso, a emoção. Por trás dos silvos das serras, a
lembrança, toda a que o infinito não apaga, perene, persistente e inabalável. Sabe-se,
não se prescreve, resiste
1 comentário:
Nada é perfeitamente inútil
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