quinta-feira, 14 de agosto de 2025

 

Nem a lua, nem o sol, nem a praia

Nem um dia de agosto como outros

Um caminho, um carreiro, entre cardos

A sofreguidão da novidade, a partilha 

A incredulidade, o espanto, a felicidade

Nada nos tinha preparado para a eternidade



sábado, 9 de março de 2024


 Não me busques no limbo do pensamento

Talvez onde o ontem terminou

ou onde se refugia o pôr do sol

Sabes bem que não sou da noite

Tampouco vibro com o amanhecer

embora a manhã me revigore

O dia, esse desgasta-me

Os dias, os que me restam, falam-me de outros dias

Desses que terminavam voltados para o ocaso

Pois acaso poderia haver outros?

Os meus dias são pôr-do-sol

terça-feira, 10 de agosto de 2021

Infinito

 


Foram momentos, horas

Dias sem conta

Sem conta porque incontável é a alegria

Bloqueou um dia porque sim

No sussurro dos pardais se escondeu

Pelos labirintos da existência enveredou

Não porque acabasse a chama

Ou se extinguisse o alento

Apenas porque sim, porque bizarro é o destino

Porque aceitamos o desígnio

Mas de momentos se fazem anos

Nada interrompe o que é etéreo

Não se muda o curso do desejo

E décadas se somam ao primeiro alento

Persiste, resiste, é eterno

E dizem que não existe infinito!


terça-feira, 10 de novembro de 2020

Entre a Lua e a Solidão

 


Não há duas sem três. Verdade. Depois de Na Demanda do Ideal e Colheita de Incertezas, o meu terceiro romance já é uma realidade.
Se à terceira é de vez, o tempo o dirá.

segunda-feira, 27 de julho de 2020

O dia, um dia!



Não há sol nem lua nem tremor
Aquieto-me entre a leve brisa do olhar
Retenho-me na lembrança do orvalho
Daqueles dias em que o fim era o infinito
Eles que tão-pouco queriam terminar
E neles mergulhavam os sonhos
Viviam assim, em paralelo
De mão dada com o desejo
E nós, deitados,
de olhos fixos no vazio
Vagueávamos, sem rumo nem lembrança
O dia era o hoje
Mais nada existia
E para quê?

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Fluir entre o nada e o infinito



De dentro vem o chilrear dos tempos
Das coisas que sozinhas se desvendam
Do som da chuva retenho a lembrança
De dias em que apenas um sorriso era tudo
Em que um gesto desvendava o infinito
O lento deslisar no insensível cristal brilhante
Que ganhava vida em letras espontâneas
Sílabas que ditavam sensações
Palavras que escorriam ávidas
Frases que mesmo incompletas
Diziam o que faltava nos dias sombrios
Criavam tremores
Ditavam receios
Alimentavam a alma

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Sombra



Escondes-te atrás de um gesto despreocupado
Em vão, pois não é o contraluz que te elimina
Rendes-te, num simples esmorecer 
Mas moves-te, és vida, fixas a lembrança
És raio de sombra, em contraponto
que a vida não é só de figuras principais
e ao infinito nos leva a vontade.