quinta-feira, 28 de novembro de 2013

A varinha de condão


Se um dia possuísse o condão
Dos momentos o sumo abarcar
Do tempo eliminar a opressão
Deste encarceramento rotineiro
As amarras libertar
Levantar a carga que comprime
E toda a angústia aliviar

Seria a leveza da vida
O sentimento
O momento que procuras
O alento
De que sempre um por do sol
Ou um céu cinzento
São prenúncio de alegria divinal

Afinal sendo tudo tão efémero
Resumindo-se à razão, à harmonia:

Haja calma para esperar um bom final!

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Demanda




Um palmo nos separa da euforia
A um dedo de distância a ilusão
Perdidos no labirinto da inconstância
Errando na perfídia cintilante
De um dia ser pedaço do almejado

Peça de um conjunto sonhado
Atalho para a liberdade eterna
Aguarela de um quadro imaginado
Motivo da foto perseguida
Cena da peça agendada
Meta da corrida inacabada
Sobremesa do banquete iniciado

Valerá por certo a vontade
Pois incerta é a própria vida
E eterna será sempre a procura

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Folha



Sou folha de árvore sentimento
Em verde, primavera de esperança
Madura venço o fulgor do verão
Refresco a vontade mais afoita
Escondo o rubor da ousadia

Mesmo a tender para o outono
Estimulo o sentimento, a Poesia
Desperto em tons acastanhados
As cores mistificadas do encanto

Mas, mirro, seco e um dia
À mercê da intempérie perco o pé
Envolta numa dança chego ao fim
Descendo para o meu leito final

Encerro a minha história sazonal
Valeu a pena ser sonho e vida breve
Cumprindo o meu desígnio natural