quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Sorriso





Não me desvendes o sentir
Sou sopro de um vento que sonhaste
Liberto corri por entre os lábios
Numa noite em que o sonho transbordou
E o reflexo incontrolável da alma
se espelhou

Não busques a chave
que decifra o enigma
Desígnio de um sonho infundado
Pretenso desejo exagerado
remédio da ventura
ou sentimento imaculado

Não busques, para quê?

Tudo isso é ofuscado pelo traço
Subtil, matreiro, maroto, sensual
O único sentido do sentir
Um Sorriso nos lábios espelhado

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

...um dia


um dia sem querer hei de escrever
as páginas soltas de uma vida

das minhas letras sairá a viva alma
o teu rosto em forma de um verso

um sorriso será a pontuação
das palavras que juntas o compõem
o teu jeito terá esse condão,
libertar a forma e o sentido

um dia terei essa ousadia
de pegar numa folha vazia
e enchê-la de todo o sentimento

não sei se o feito é de relevo
se não foi já mil vezes repetido
ou se daí virá algum remédio

Mas,
um dia sem querer hei de escrever
tudo aquilo que sempre um dia quis

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Dúvida



Sou restolho que o sol mirrou
Poeira que o vento endoideceu
Horas que um dia concedeu
Tempo que a luz alimentou
E o desejo apenas permitiu

Sou conclusões de fim de verão
Ânsia da frescura prometida
Colheita há muito esperada
Fim do estio programado
Promessa de um novo ciclo desejado

Será que serei o que seria
Se a vida só tivesse por um dia
E tudo não seguisse o mesmo mote?