sexta-feira, 12 de julho de 2013

Ocaso





Em busca do efémero fim de tarde, corro
Para trás o dia inteiro, deixo
O alento da luz que se acaba, busco
A chama do desejo em ti, persigo

No aconchego da noite me oculto
No eterno da madrugada mergulho
No despontar da aurora desaguo
De um limbo eterno desponto

De volta a um ser desconhecido
Emanado da razão
Liberto do espírito sonhador
Subjugado ao prazer do real
 
No jazigo temporário permaneço
Até ao ocaso de um sol que há-de ser meu

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Domínio da Paciência





Não sei se um dia fui lembrança
Do tempo um rasto de vivência
Se da Lua roubei a eloquência
A emprestei a algo que esqueci
Dos dias retirei as horas mortas
Pendurei-as no pedestal da paciência
E à noite não consegui ressuscitá-las
Colecionei então apenas horas vivas
Longas, iníquas, infindáveis

Acordei

Não se dorme à eterna luz do dia
Era mais que tempo do resgate
Da lembrança retirei a escada
Perdi o respeito à paciência
Subi os degraus do seu altar
E repus a ordem do destino

É agora tempo de repousar.