Da nesga de sol que rasga a penumbra
Do ténue raio de luar
Da brisa que suave o rosto toca
Da fúria da onda de branco mar
Da púrpura seda que te despe
Da prata mais fina que existir
Da árida paisagem e solo agreste
Da ribeira que a seca há-de gerir
Da infinita linha de horizonte
Do barco que insiste em navegar
Da margem que é unida pela ponte
Do melancólico e perdido olhar
De tudo isto é feito o querer
De tudo isto é feita a persistência
Posterior a um acto de demência
Desistir é ainda pior do que morrer