quinta-feira, 28 de abril de 2011

Aprisionado




Aprisionas-me a alma por um fio
lento, leve e amargurado.
Num suave enrolar escorregadio,
de rompante exasperado
e em lume frio,
do sopro esbaforido do bafio,
que o vento tudo leva maltratado.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Montanha Russa



Voltas da vida às voltas
suspenso embalas na emoção
Desces em delírio a curvilínea alma
que a subida contigo ao lado faz-se calma

Matas de desejo essa agonia
embruteces empanturras-te de pagode
Para quem tudo quer e tudo pode
o sentir bater à porta a noite fria
Traz-te ais e delírios de alegria

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Início


Abruptamente, algo inexplicável
Sem motivo, rumo ou objectivo
Sucediam-se intrincados enleios.
À parte o que era insaciável
De enredado se tornava emotivo

Crescendo em aguarela lentamente
Cruzava-se em uníssono o desejo
À parte o que se rematava com um beijo
Ficava o embaraço entorpecente

O fogo, o sufoco, o arrepio
A lua, o tónico e a vontade
Testemunhas implicadas na verdade
Desde então e sempre o desvario