segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Subimos?


À sombra da figueira também havia vida
Desfiavam-se momentos que foram tempo
Bebia-se em pequenos goles,
na soleira da juventude
vinho novo, ainda com travo a rosmaninho
Faltava porventura subir alguns degraus
O sol nem se havia ainda escondido
Ao largo o som dos grilos e estorninhos
Marcava o horizonte e os destinos
Valeria a pena esgotar as forças,
fazer um intervalo, suspender o paraíso?
Não, seguimos a conversa
que importa quão íngreme é a escada
se de mãos dadas a havemos de percorrer?

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Huummm!


Huummm!
Leve, leve
Penas que esvoaçam sem pena do que foi
Pena do que teria sido
E não foi
Livres, ondulam a visão
Aceleram o ritmo da rotina
Insinuam a vertigem
Elevam às nuvens a sensação
De que não teria sido o que

Afinal foi!

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Intemporal


Felizmente não somos senhores do tempo. Os dias esgotam-se na ilusão da intemporalidade, correm que nem loucos, perdidos nesse desfiladeiro enganador. Vivemos o que podemos, e um dia, morreremos como os demais.
O que se assemelha a uma sina é talvez o mote da existência: produzir, criar, amar e viver, pois certa, certa, só temos a vida.