domingo, 16 de fevereiro de 2014

No cinzento


Quem me dera ser fim de inverno
Às malvas mandar os dias tristes
Esquecer que fui vento, frio, chuva
Que despido enfrentei o gelo atroz
Perdido em cinzento nevoeiro
Sem luz, farol ou lua cheia

Quem me dera vestir a cor e a luz
Em dias que se eternizam
Sem temor de pela noite entrar

Ser cheiro a feno, papoilas e flor de giesta
Abraçar o sol por quem tanto esperei
E dormir sob uma cheia lua de utopias
Num sonho onde domina a esperança

Quem me dera o poder ter
De todos os invernos terminar

5 comentários:

Canto da Boca disse...

Chego ao final do seu poema, murmurando baixinho, muito baixinho, quase inaudível: "quem me dera". Quem nos dera todos os sonhos realizarmos, quem nos dera que a partir do desejo mudássemos o mundo, e toda a natureza, com suas belezas e contradições? Mas como isso não é possível, já me faço feliz lendo-te, já me dou de presente todos os cheiros que extrapolaram a tela, as palavras e as mais belas metáforas da sua poética, obrigada, Armando, saio daqui ainda mais revestida de poesia e utopias!

Beijo!

;))

Suzete Brainer disse...

Confesso que me concentrei na

tua luminosidade poética e

viajei na utopia dos dias

sempre solares,pelo menos

o cinzento em harmonia

com o dourado...

Poema magnifico,Armando!

Bj.

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

eu gostei demais deste poema, e também o li assim:

De todos os invernos terminar
Quem me dera o poder ter

Num sonho onde domina a esperança
E dormir sob uma cheia lua de utopias
Abraçar o sol por quem tanto esperei
Ser cheiro a feno, papoilas e flor de giesta

Sem temor de pela noite entrar
Em dias que se eternizam
Quem me dera vestir a cor e a luz

Sem luz, farol ou lua cheia
Perdido em cinzento nevoeiro
Que despido enfrentei o gelo atroz
Esquecer que fui vento, frio, chuva
Às malvas mandar os dias tristes
Quem me dera ser fim de inverno
..

espectaculo

:)


trepadeira disse...

Os Invernos também se abatem.

Abraço,

mário

Mar Arável disse...

Que não se apague a luz

dos relâmpagos