sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Raízes



Sou...

Sou ramos de árvore
secos pela inclemência de dias tristes
nus pela ação do desencanto

Fui folhas
que a voraz vontade destruidora
dos dias que vendiam ilusões
deixaram colados na ilusão
de um rosto ausente

Deixei de ser
já não sou
o tronco que sonhava
o céu suster,
vencia com vigor
a nostalgia

Mas um dia não integra
os momentos
Nem sol nem vento nem desdém

Nada vence o ardil
de um sonho eterno
Nada abate a raiz
de um sentimento

5 comentários:

Unknown disse...

Um poema de sonhos desfeitos onde ainda subsiste uma luz de esperança.

Mar Arável disse...

Há sempre uma luz

Odete Ferreira disse...

Gostei imenso desta gradação em termos do ser, através da metáfora da árvores. O que já se foi e aquilo que se mantém, apesar de tudo. Contra as raízes, nada feito.
Bjo, amigo Armando :)

Daniel C.da Silva disse...

São as notas de força, mais do que esperança, nos dois últimos versos, que dão o tom de todo o poema.

Belo!

Um grande abraço

Li disse...

Ás vezes as raízes também se arrancam, apodrecem, ou simplesmente secam...