Sou...
Sou ramos de árvore
secos pela inclemência de dias tristes
nus pela ação do desencanto
Fui folhas
que a voraz vontade destruidora
dos dias que vendiam ilusões
deixaram colados na ilusão
de um rosto ausente
Deixei de ser
já não sou
o tronco que sonhava
o céu suster,
vencia com vigor
a nostalgia
Mas um dia não integra
os momentos
Nem sol nem vento nem desdém
Nada vence o ardil
de um sonho eterno
Nada abate a raiz
de um sentimento
5 comentários:
Um poema de sonhos desfeitos onde ainda subsiste uma luz de esperança.
Há sempre uma luz
Gostei imenso desta gradação em termos do ser, através da metáfora da árvores. O que já se foi e aquilo que se mantém, apesar de tudo. Contra as raízes, nada feito.
Bjo, amigo Armando :)
São as notas de força, mais do que esperança, nos dois últimos versos, que dão o tom de todo o poema.
Belo!
Um grande abraço
Ás vezes as raízes também se arrancam, apodrecem, ou simplesmente secam...
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