Ficam-me os ecos do silêncio
Que sovam num murmúrio de lamento
Por entre os penedos da lembrança
Correndo como cristalinas águas de desejo
Vago era o teor da imensidão
Que enquadrava os momentos de torpor
Rugindo num horizonte opressor
Apesar do deslumbramento fulgurante
Que só a natureza imensa proporciona
Vivi mil vezes o momento
Como só o sonho tal permite
Deixei para trás cumes e serras
Desci ao ventre do paraíso
Ficou-me na turva retina
O dom de um reino
Que só os despojados
Almejam possuir