quarta-feira, 20 de março de 2013

Sulcos de lava





Soltam-se dos dedos lava pura
O chão que a sustem não a espera
Rubra, leve, como a alma que transporta
Escorre pelos sulcos que outrora
Poesia brilhante recitavam
E agora de escuro se pintaram
Enrijeceram até à solidão
Aniquilados em frémito e tormento
De ter dado à peçonha seguimento
Mergulharam na profunda agonia
De ter em vão ampliado o sofrimento
Mas leve como o fogo é a paixão
Que liberta de novo o alento
E escorraça tudo o que era servidão.

10 comentários:

Anónimo disse...

Olá, Armando!

Como está?

Quando vi nas atualizações dos meus blogues, aquela chama, embora a cor me tivesse agradado, fiquei sem saber, que "fogueira" lhe dilacerava ou lhe aquecia o peito.

Bem, então o seu poema, começa com "sete pedras na mão" e o sujeito dele, são os dedos, segundo percebi.

Felizmente, que tudo acaba bem, porque a paixão é a resolução da solidão, de que fala no poema (eu sei que detesta, poesia, mas...) e tudo passsa a ser um mar de rosas, onde ninguém serve nem é servido, isto é, logo que se entregam e se dão, rendidos.

A raiva e o tormento, não podem, NUNCA, sobreporem-se ao alento e ao encantamento.

Poesia muito bem construída, mas feita pela mão, rigor e palavra de transmontano.

Um resto de boa semana.
Beijos da Luz.

Lídia Borges disse...


De um chão empedernido que espera o ressurgimento da Poesia em flor, que espera...

beijo meu

manuela barroso disse...

Nada permanecendo para sempre eis que depois da noite se abrem auroras em novos alentos.
Uma linda poesia
Abraço Armando.


Obrigada. Ficará para uma proxima!

BLOGZOOM disse...

Agradeço suas amaveis visitas, e aproveito para deixar meu carinho, pq ontem foi o Dia do Blogueiro e não consegui falar com todos! Sou muito feliz por te conhecer. Desejo que continue contribuindo com artigos relevantes, motivação, criatividade e simpatia.

Muita paz.

Beijos

trepadeira disse...

Pois que as chamas nos libertem da servidão.

Abraço,
mário

Daniel C.da Silva disse...

Lê-se de um fôlego, este lamento que se restaura e redime para outra dimensão... Brutal.

Um abraço

Anónimo disse...

"Labaredas divinas" já não as mais belas. O "seu fogo" conseguiu superá-las. Belo.

rosa-branca disse...

Lindo meu amigo. Boa Páscoa e beijos com carinho

Wesley Carlos disse...

Olá, Armando!

Sua poesia fez-me lembrar das antigas cantigas... A linguagem culta no contexto utilizado deu vida, e que vida linda! Gostei :)

Daniel C.da Silva disse...

Uma Páscoa Feliz.

Um abraço