quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Dias Não


Sou parte de um todo imaginário
Elo da corrente que cedeu
Acento de palavra apagada
Ponto final de frase reprimida

Desço ao baú do esquecimento
Revolvo a poeira do mistério
Ergo-me num gesto banal
Procuro repor o semblante
Livrar-me dessa mão que me aprisiona
Essa tenaz que me sufoca
No meio do tremor de um naufrágio
Entre suores de frio e rude arfar
De nome Influenza, gripe ou malvadez

Serão apenas cinco dias de penar
Ou espaço para arrumar a lucidez

13 comentários:

deep disse...

Há dias assim, em que parece ter cedido o elo da corrente. O importante é que tudo volte ao lugar.

Se for caso disso, rápidas melhoras. :)

Mar Arável disse...

Equilíbrio na assimetria

Daniel C.da Silva disse...

Terão as tempestades algo de bom? Nem que seja o alívio sentido depois de passarem ;)... e sendo certo que durante ela, ao nos privarmos de caminhos pujantes, encontramos outros, mesmo que forçados, cuja esteira talvez não percorrêssemos em paz de outra forma...

Um abraço de melhoras aproveitando o tempo dessa amiga não convidada ;)

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

há dias assim.

eu também fui visitada por essa "amiga" gripe, e daquelas fortíssimas.

:(

trepadeira disse...

É o espaço da meditação.

Abraço,

mário

manuela barroso disse...

Seria para dizer...bendita Influenza que ajudou a criar tão lindo poema!
Que tudo esteja normalizado, Armando.
Abraço

Lídia Borges disse...


Traduzir deste modo um estado gripal
é quase uma cura imediata!

Um beijo

Suzete Brainer disse...

Um espaço para arrumar a lucidez

com o olhar poético,a construir

significados nos dias assim,

renascidos em pura poesia...

Belo poema e desejo de melhoras!

Bj.

Pérola disse...

Será um espaço pacífico e retemperador.

terá se ser.

Beijos

Canto da Boca disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Canto da Boca disse...

Dias sim; dias não, a lucidez se depara com certos mistérios, naufrágios & muitos esquecimentos, amiúde, libertos do baú e esparramado nas mais belas poesias...

Que o poeta logo se recupere desse penar.

Abraço!

;))

Fá menor disse...

É o Inverno... tempo de prostração.
Que venha depressa o Verão.

Bjs

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Aqui volto novamente porque adoro a maneira como escreve e este poema é uma viagem imensa de sensações.
As melhoras rápidas.

Sonhadora