quarta-feira, 27 de março de 2019

O velho moínho



Do ribeiro que corria no limite visível da rocha que se estendia ainda dois metros para lá dos seus pés, retinha os murmúrios do apressado das águas. Deitado de costas na rocha lisa olhava para o céu onde flocos cinzentos claros de nuvens se recortavam no azul mais azul que ele conhecia: o céu de Lamadeiras.
Envolto por amieiros e encimado pelo velho e desativado moinho, o ribeiro criava um pequeno lago que refletia o verde escuro das folhas de carvalho que começavam a despontar naquela altura do ano. Era bom regressar aqui. Como se sentia em paz com o seu reino! Que bom era beber o ar das origens! Para que inventamos coisas quando a felicidade é tão pouco?

1 comentário:

Mar Arável disse...

O velho moinho
um jovem com idade
memórias incontornáveis nas paredes da casa