quinta-feira, 30 de abril de 2015

O Eco do Silêncio


Ficam-me os ecos do silêncio
Que sovam num murmúrio de lamento
Por entre os penedos da lembrança
Correndo como cristalinas águas de desejo

Vago era o teor da imensidão
Que enquadrava os momentos de torpor
Rugindo num horizonte opressor
Apesar do deslumbramento fulgurante
Que só a natureza imensa proporciona

Vivi mil vezes o momento
Como só o sonho tal permite
Deixei para trás cumes e serras
Desci ao ventre do paraíso
Ficou-me na turva retina
O dom de um reino
Que só os despojados

Almejam possuir

8 comentários:

Odete Ferreira disse...

Ao abrir a postagem fiquei presa na foto, clicando para a apreciar em tamanho normal. E dei por mim a pensar: cada vez mais me encantam estas paisagens, estes verdes, estes muretes, esta majestática elevação. É solidão que faz companhia. É silêncio que dialoga...
Depois, ao ler o poema, percebi que a foto já era prenúncio do conteúdo: um deslumbramento sentido apenas por quem esteve por ali...
Gostei imenso!
Bjo, Armando :)

Li disse...

Sorte a minha... posso usufruir destas paisagens diariamente! E tal como a EU cada vez mais me encantam.

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

mas se ficou o eco, sinal que está ainda enraizado nas memórias que guardamos em nós.
belo poema e bela foto.
bom fim de semana.
beijinho
:)

Suzete Brainer disse...

Belíssimos poema e foto,
nos proporcionam mergulhar no
universo do silêncio-Ser...
Faço parte do grupo dos
despojados... Bj.

Pérola disse...

Gosto do silêncio e ainda mais dos seus ecos.

Beijo

Mar Arável disse...

Paisagem interior

Abraço

Pérola disse...

O barulho do silêncio é dos que mais me atraem.

Um poema que é hino ao de mais belo: a Natureza.

Beijo

Daniel C.da Silva disse...

Muito, muito bom!
Prefiro a prosa à poesia!

Lindíssimo!