terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Os sons do silêncio



Sentado, ouvindo o som de um pássaro
que livre dizimava a solidão
de todos aqueles que em redor
apertados no espartilho de dias perdidos
buscavam a aurora esbatida
das manhãs que tardavam em ser dia

Levantou-se, cismado no silêncio
olhando em redor o horizonte
não havia cor, brilho, prado ou monte
das paredes brotava o som estridente
o murmúrio dos momentos
não lamentos
mas vida que se fez de agitação

Sentou-se de novo
se paz em algum mundo havia

toda aí estava concentrada

3 comentários:

deep disse...

Gosto do texto e gosto da imagem. Ambos convidam ao silêncio e ao recolhimento, à concentração nas pequenas coisas.

Bj

Mar Arável disse...

A vida também brilha a preto e branco

Odete Ferreira disse...

Belíssimo texto! Um retrato tocante de lugares entregues a si próprios.
Há o bucolismo mas também o isolamento, a desertificação.
Bjo, Armando