segunda-feira, 2 de julho de 2012

Dormente



Longe levo a vontade ausente
Num passo, breve e escuro como bréu
Do perto, o dócil é tão só, dormente
Que em pálido e baço ardor se converteu
Escorre o mundo por entre os dedos
em laivos de amargura e de torpor.
Tão só, talvez, seja a vontade
O querer fugir ao frágil fragor
Do ardente possessivo sentimento
Que implodiu em lento e mudo tremor
E tal como chegou, desapareceu.

5 comentários:

maria joão moreira disse...

"querer fugir ao frágil fragor..." - faz-me lembrar aqueles momentos em que fugir parece a única solução, para não sucumbir ao toque da emoção. Gostei muito, parabéns.

Anónimo disse...

Para quê palavras? As suas são belas.

trepadeira disse...

Vamos olhar para o verde ao fundo.

Um abraço,
mário

Evanir disse...

Li bastante seu blog gostei de seus poemas aqui tem um verso que adorei.

A esperança regressa no momento
Que se pensava tudo terminado
E com ela, volta o perdido alento.
Parabéns poeta fico feliz em seguir um blog com tantos poemas de real grandeza.
Beijos no seu coração.
Evanir.

Daniel C.da Silva disse...

Como sempre, está muitíssimo bom. Parabéns. A fotografai está igualmente abrangente, convidativa...

Um abraço